O termo sustentabilidade está muito difundido e a alimentação sustentável não pode ficar de fora desse assunto. Afinal, o mundo reflete o que somos e alimentação também mostra mais de você do que possa imaginar.

É sabido que o efeito estufa iniciou sob a influência humana, para isso o mais certo é analisar como os primeiros homo sapiens viveram no mundo há milhares de anos. Sua alimentação consistia basicamente da caça e colheita de frutas e vegetais que a natureza dispunha, depois veio as evoluções com o fogo e criação de equipamentos, como o arado, que descompacta a terra e a facilita para o cultivo de plantas com maior eficiência, produzindo em maior escala para alimentar as comunidades. E assim, surgiram à geração de excedentes alimentícios e, consequentemente, o modelo que se conhece hoje de consumo insustentável.

Mas por que o consumo de hoje é insustentável? Simplesmente pelo fato de quanto mais temos mais queremos. A sociedade hoje se alimenta baseada na fartura, gerando muitos desperdícios na hora de se alimentar. Ao chegar em um restaurante onde possui grande variedade de alimentos prontos a serem consumidos, você olha todos aqueles pratos saborosos e com um cheiro maravilhoso, aí você coloca um pouco de cada pois seus olhos brilham (chamado de olho gordo) e ao iniciar sua alimentação você se depara que a metade do que colocou no prato te satisfez, e pra onde vai o resto da comida que você colocou em seu prato? Pro lixo, ninguém poderá comer aquilo.

E essa comida que foi pro lixo usou água, teve a necessidade de desmatar áreas para sua produção, usou agrotóxicos e no caso das carnes, também gerou gases poluentes. Além disso tudo, há ainda a necessidade do uso de plásticos para embalar esses produtos, mas este é assunto para um outro artigo.

Como faço pra ter uma alimentação sustentável? Simples, não compre excessivamente, compre frutas e verduras da estação do ano, verifique de onde vem a produção desse alimento, prefira alimentos orgânicos (além de serem benéficos para sua saúde é benéfico também para o meio ambiente), diminua o consumo de carne vermelha (médicos recomendam que seja ingerido por volta de 300 gramas de carne vermelha por semana, o equivalente de 0,8 a 1,2 gramas por quilo).

Olhando isso de diminuir o consumo excessivo de carne, por que fazemos churrasco e fazemos questão de mostrar aquela picanha maturada, aquela fraldinha com gordura e aquela costela saborosa? A explicação é simples, na história houve épocas de fome e quem conseguia comer carne se distinguia da sociedade, portanto a família que ingeria carne todos os dias era considerado rica ou uma família abastada, até hoje é assim. Portanto, ingestão de carne é status, hoje quando fazemos aquele churrasco com a família ou a galera as pessoas postam nas redes sociais que ela está desfrutando de um momento de alegria.

Então, você que é morador da bacia do Rio Meia Ponte (somos 39 cidades) analise, pergunte ao seu açougueiro, seu verdureiro, seu supermercado de onde vem sua comida. Precisamos saber o que estamos comendo.

Você Sabia?

1 Kg de carne de frango custa 2 kg de ração

1 kg de carne de porco custa 4 kg de ração

1 kg de corte bovino sem osso gasta 19,4 mil litros de água

Com isso a produção de alimentos que compõem essas rações está crescendo, pois necessita de mais territórios para o cultivo desses produtos gerando mais desmatamentos e utilizando mais água doce e ainda tem o uso dos agrotóxicos que poluem os lençóis freáticos, fazendo com que essa agua doce seja impropria para o consumo tanto dos animais quanto da humanidade.

Keliane Correia